O crescimento da demanda mundial, por água de boa qualidade, à uma taxa superior à da renovabilidade do ciclo hidrológico é, consensualmente, previsto nos meios técnicos e científicos internacionais. Este crescimento tende a se tornar uma das maiores pressões do homem sobre os recursos naturais do planeta. De fato, o consumo mundial d’água cresceu mais de seis vezes entre 1900 e 1995 - mais que o dobro da taxas de crescimento da população, e continua a crescer rapidamente com a elevação de consumo dos setores agrícola, industrial e residencial.

Globalmente, embora as fontes hídricas sejam abundantes, elas são freqüentemente mal distribuídas na superfície do planeta. Em algumas áreas, as retiradas são tão elevadas em comparação com a oferta, que a disponibilidade superficial de água esta sendo reduzida e os recursos subterrâneos rapidamente esgotados.

Tal situação tem causado sérias limitações para o desenvolvimento de várias regiões, restringindo o atendimento às necessidades humanas e degradando ecossistemas aquáticos. Levantamentos realizados pela Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas indicam que um terço da população mundial vive em regiões de moderado a alto stress hídrico, ou seja, com um nível de consumo superior a 20% da sua disponibilidade d’água. As estatísticas da OMM/ONU demonstram claramente que, nos próximos 30 anos a situação global das reservas hídricas tende consideravelmente a piorar, caso não hajam ações energéticas para melhoria da gestão da oferta e demanda d’água. Neste mesmo cenário, é previsto uma elevação para dois terços dos habitantes do planeta vivendo em áreas de "moderado a alto stress".