Qualquer pessoa ao se deparar com uma barragem, de imediato vem à mente a curiosidade: “Como uma obra de gigantescas proporções pode ser construída dentro do rio”.
Como parte das atividades e comemorações ao “Dia do Rio Tietê” – 22 de Setembro presenteamos você com uma verdadeira relíquia.
Aqui, através dessas belas e memoráveis fotografias, você vai entender passo a passo as inúmeras etapas, a grande façanha que foi a construção da “Usina Hidrelétrica de Barra Bonita”.
Abraços da nossa equipe.
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Foto 01 - 1957 - Inicio - Ensecadeira - margem esquerda
Foto 02 - 1957 - Inicio das Obras dentro da Ensecadeira
Foto 03 - 1958 - Obra da margem esquerda - Eclusa
Foto 04 - 1958 - Obra e canteiro de obra - margem esquerda
Foto 05 - 1958 - Panorâmica das obras - margem esquerda
Foto 06 - 1958 - Rio já passando sob parte parcialmente construida
Foto 07 - 1958 - Continuação das obras - margem esquerda.
Foto 08 - 1958 - Inicio da ensecadeira - margem direita
Foto 09 - 1958 - Panorâmica - inicio ensecadeira margem direita
Foto 10 - 1960 - Construção dos aquedutos das turbinas - margem direita
Foto 11 - 1960 - Construção da praça das turbinas e vertedouros
Foto 12 - 1960 - Continuação das obras da eclusa
Foto 13 - 1961 - Construção dos vertedouros e praça das turbinas
Foto 14 - 1961 - Panorâmica das obras margem direita - vertedouros e turbinas
Foto 15 - 1962 - Panorâmica da conclusão da obra e canteiro dos transformadores
Foto 16 - Panorâmica - Usina/Eclusa - Marcos Machado
Foto 17 - Usina Hidrelétrica - Barra Bonita - Marcos Machado
Foto 18 - Hidrelétrica Barra Bonita - Glauco Tonello
Principais dados da Usina Hidrelétrica de Barra Bonita – SP
Início das obras civis: 25 de Janeiro de 1957
Inauguração: 25 de Janeiro de 1963
Entrada em operação: 1963
Localização: Rio Tietê - Rod. Jaú/São Manoel s/n – Barra Bonita (SP)
Reservatório: área de 310 km² e volume de 3.622 x 106 m³
Barragem: tipo Concreto, comprimento: 480 m
Turbina: tipo Kaplan de eixo vertical, queda bruta de 23,5 m
Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 4 x 35,19 = 140,76 MW
Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 5 x 906 = 4.530 m³/s
Número de Turbinas: 4
Número de Circuitos: 8
Tensão Nominal: 138/69 kV
Cota Máxima Útil: 451,50 m
Cota Mínima Útil: 439,50 m
Volume Útil de Água Acumulado: 2.566 X 106 m³/s
Eclusa: Entrada em operação – 1973 - Capacidade de 10 milhões de ton/ano
(Fonte: AES – 2013)
Histórico da Hidrelétrica:
De acordo com a ampla reportagem do "Jornal da Barra", Nº 3 de 28 de abril de 1962, o "Sonho de 1945, torna-se realidade em 1962", assim se referindo à Usina Hidrelétrica de Barra Bonita, em fase final de construção.
Fazendo um retrospecto sobre o aumento do consumo de energia elétrica, face ao desenvolvimento industrial após o término da Segunda Grande Guerra, em 1945, data em que foram iniciados os estudos para o aproveitamento hidráulico das águas do Rio Tietê, o articulista ressalta que tais estudos executados pelo Governo do Estado, testavam detalhes hidrológicos, topográficos e geológicos da bacia hidrográfica e do local da barragem, os quais só foram terminados seis anos depois, 1951. Foram incluídos nesses estudos, todo percurso do Rio Tietê: Desde a foz do rio Piracicaba, a Barragem de Barra Bonita até a foz, no Rio Paraná.
Em 1952, quando de sua visita oficial em Barra Bonita, o Governador Lucas Nogueira Garcez, visitou a "Corredeira do Banharão" local onde posteriormente seria erguida a futura Usina.
Porém somente no governo Jânio Quadros é que efetivamente as obras se iniciaram com o lançamento da pedra fundamental em abril de 1956, pelo seu Secretário de Obras Faria Lima. O início da construção das obras civis deu-se a 25 de janeiro de 1957, sendo a empresa responsável pelas mesmas a Cia. Hidroelétrica do Rio Pardo - CHERP.
A inauguração aconteceu no dia 20 de janeiro de 1963, e contou com a presença do Governador Carlos Alberto de Carvalho Pinto, que acionou a primeira turbina e lembrou o empenho do seu antecessor Jânio Quadros para a construção daquela obra. Era Prefeito Vicente Antonio Zenaro Manin.
Fatos inusitados:
Tendo assumido o Governo do Estado em 1º de fevereiro de 1963, o novo Governador Dr. Adhemar de Barros esteve em Barra Bonita no dia 16 de junho de 1963, para inaugurar (novamente) a Usina Hidroelétrica de Barra Bonita, acionando o primeiro gerador com potência de 33,000KW, conforme reportagem do jornal "Diário de São Paulo" de 18 de junho de 1963. Fica o registro do fato.
A produção de energia elétrica beneficiou todo o Estado e nossa cidade acelerando o ritmo de progresso.
A Eclusa da Hidrelétrica de Barra Bonita teve as suas obras civis concluídas juntamente com as da usina, ficando apenas a montagem de equipamentos e comportas que posteriormente, em 1969 começaram a ser instaladas, sob responsabilidade da CENAT – Comissão Executiva da Navegação do Sistema Tietê- Paraná, comissão esta formada entre os governos do Estado e Federal, sendo inaugurada em 29 de novembro de 1973.
Em continuidade, foram concluídas e inauguradas mais cinco eclusas no Tietê e duas no rio Paraná. Com a conclusão das oito eclusas, esses rios foram transformados em hidrovia, Hidrovia Tietê-Paraná, também conhecida como Hidrovia do MERCOSUL, e por justa e merecida homenagem, leva o nome oficial de “Hidrovia Engenheiro Catullo Branco”. Foi ele que, muito antes de serem construídas as barragens, apresentou o projeto das eclusas ao Governo do Estado. Com seu amplo conhecimento sobre o assunto, Catullo Branco conseguiu expor os inúmeros benefícios que as eclusas proporcionariam num futuro não muito distante. Determinantemente, foi ele o maior incentivador e articulador para que as barragens que seriam construídas no Tietê possuíssem eclusas. Atualmente a hidrovia interliga cinco estados, permitindo a navegação por 2.400 km, entre os rios Tietê, Paraná e seus afluentes.
A Vila da CHERP ou Vila TENCO – Barra Bonita se expande.
Junto ao canteiro de obras da usina Hidroelétrica, foi construída uma Vila com 15 casas para alojar o pessoal técnico e suas famílias, além de uma pousada (hotel), destinado às autoridades e responsáveis pela supervisão do andamento dos serviços, em suas visitas periódicas. No local totalmente urbanizado também as quadras de esporte e piscina para uso dos moradores.
Com o término das obras, os imóveis foram, aos poucos, desocupados e totalmente desativados posteriormente, foram os mesmos vendidos a uma empresa particular, e com as reformas, ampliações e novos equipamentos "transformaram-se" a partir de 22 de março de 1976, no Hotel Estância Barra Bonita.
Para acomodar o pessoal da construção e montagem, foram construídas na cidade (em área doada pela Usina da Barra S/A - Açúcar e Álcool) 220 casas, incluindo um Grupo Escolar. Essa nova vila ficou conhecida como "Vila Tenco" (nome de uma das empreiteiras das obras). Mais tarde passou a ser chamada de "Vila Operária", denominação popular que até hoje permanece.
Quando terminaram os trabalhos de construção, muitos operários e funcionários acompanharam as "empreiteiras". Outros ficaram por aqui continuaram morando nas casas. A desocupação de 102 unidades criou um problema social, pela depredação e invasão. Assim em 1969 o Prefeito Municipal Dr. Wady Mucare desapropriou o núcleo da CESP - Centrais Elétricas de São Paulo - responsável pelo mesmo, e as casas foram vendidas em Concorrência Pública sanando-se assim o grave problema.
As remanescentes foram vendidas diretamente pela CESP e, hoje a "Vila Operária" é uma das áreas mais apreciadas e valorizadas da cidade, pelo conjunto de belas praças, escolas, jardins, repartições públicas e comércio atuante nela instaladas privilegiando seus moradores.
Estação de Piscicultura
Em junho de 1966, foi instalada a Estação de Piscicultura através de Convênio com a CESP e o Instituto de Pesca, para repovoamento das águas do Rio Tietê.
Tanques instalados nas proximidades da Usina Hidroelétrica, ao lado da antiga pousada, iniciou-se a criação de diversas espécies de alevinos. Atualmente o Tietê possui aproximadamente 115 espécies de peixes, sendo que um pouco mais de 30 são consideradas nativas.
Fonte: Livro – Barra Bonita, 100 Anos de História.
Registros fotográficos de Oswaldo Grossi, Marcos Machado, Glauco Tonello
(Atualização de texto e Arquivo de Fotos – MAE Natureza)
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