Antigos
Mares e Desertos
 A
próxima camada sedimentar que o Tietê corta em seu trajeto
é a chamada Formação Tatuí, que levou cerca
de 20 milhões de anos para ser constituída. Sua espessura
é de aproximadamente 130 metros e formou-se conforme o período
glacial deu gradativamente lugar a condições climáticas
mais amenas e novamente o mar invadiu quase toda Bacia Sedimentar do Paraná.
Neste novo ambiente, foram depositados materiais finos com arenitos, siltitos
e argilitos, intercalados por camadas calcárias. Além desses
materiais, essa formação também apresenta conchas
e vegetais fossilizados.
Seguindo sua viagem, o Tietê corta a Formação Irati,
que também levou cerca de 20 milhões de anos para se constituir.
Sua espessura é de aproximadamente 30 metros e foi formado em águas
raso ou confinado de ambiente marinho, ou em lagoas com estreita ligação
com o mar. Sua base é composta por conglomerados, folhelhos e arenitos
impregnados de betume. Na sua parte superior estão depositadas
rochas calcárias e novas seqüência formada por siltitos,
folhelhos e arenitos. Seus estratos são ricos em répteis,
crustáceos, peixes, insetos e vegetais fossilizados.
A próxima seqüência de rochas cortadas pelo rio está
agrupada na Formação Corumbataí, mas uma que levou
cerca de 20 milhões de anos para se formar. O período geológico
de sua constituição é caracterizado pela predominância
da deposição de sedimentos de granulação muito
fina: argilitos, silitos, folhelhos e arenitos de origem marinha ou lacruste,
elementos ricos em fósseis vegetais e animais.
Após a presença do mar, surgiu um novo período de
deposição, com predominância de material sedimento
em ambiente fluvial. Este ciclo de também aproximadamente 20 milhões
de anos acumulou uma camada de 300 metros de areia e recebeu o nome de
Formação Pirambóia. Este pacote sedimentar, repleto
de animais fossilizados, apresenta imagens de rara beleza em toda sus
extensão, com a disposição de finas camadas paralelas
ou cruzadas que resultaram da ação cíclica da deposição
fluvial, da erosão, ou da mudança de direção
do fluxo de transporte e deposição dos grãos de areia.
No final do período das águas, o clima da região
modificou-se drasticamente e nela surgiu um deserto que durou mais de
50 milhões de anos. O resultado está na Formação
Botucatu, uma sedimentação de areia com espessura oscilante
entre 50 e 90 metros. Como os desertos atuais, o antigo e imenso deserto
que aqui se estabeleceu também possuía os seus oásis
e pequenos lagos, atestados hoje pelas intercalações esparsas
de materiais mais finos, com siltitos e argilitos, que preservam pegadas
de répteis e fósseis como crustáceos.
|
