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Ainda
no começo do Século XIX, o Tietê dividia o privilégio
do tráfego local com caminhos rudes, como o que ligava São
Paulo a Piracicaba, passando por Itu e Porto Feliz, considerado
um dos sete melhores da província. Esse caminho era utilizado
principalmente pelas tropas que transitavam com 40 a 80 bestas.
No constante dos animais ou interrompida por grandes árvores
tombadas. No período das chuvas, formava profundas depressões.
A navegação pelo Tietê precisava modernizar-se
para acompanhar o progresso da província, mas antes disso
acontecer as estradas de ferro Paulista e Sorocabana começaram
a servir alguns municípios do Médio Tietê, como
Itu, Piracicaba, Tietê e Jaú. Isso ocorreu entre 1877
e 1887. Nas primeiras décadas deste século, a Estrada
de Ferro Noroeste do Brasil, projetada para facilitar as comunicações
de São Paulo com o Mato Grosso, imprimiu novas feições
à área banhada pelo Baixo Tietê, até
então de uma lonjura sertaneja.
O apito dos trens foi um aviso das profundas transformações
econômicas e sociais nessa região do extremo oeste
paulista. Com ele sobreviveram as velhas e rudes picadas percorridas
pelos tropeiros, que vieram a servir especialmente para as comunicações
vicinais entre as cidades, os arraiais, os pequenos sítios
e as grandes fazendas. Nos anos 40 deste século, também
o tempo das ferrovias chegaria ao fim: sem reaparelhamento nem correção
em seus erros básicos, as estradas de ferro não conseguiram
resistir ao asfalto, que passou a permitir que os caminhões,
os ônibus e os automóveis se encarregassem do fluxo
de pessoas e de cargas, não só ao longo dos núcleos
urbanos da bacia do Tietê, mas na articulação
dos transportes de todo o país. Atualmente, com a construção
de barragens e a abertura de eclusas, o Tietê volta a dividir,
com outros meios, o transporte comercial e turístico. |