A
Cultura Cafeeira
Em
meados do Século XIX, o café viria a ser o principal produto
de exportação do país, e o estado se São Paulo,
por volta de 1890, seria o centro produtor mais importante do mundo. Para
o vale do Tietê, isso representou umas das bases de sua expansão
econômica e das transformações que viriam em todos
os aspectos da vida de suas cidades: o café desenvolveria as estradas
de ferro, traria os colonos estrangeiros, o lucro dos cafezais seria investido
na modernização de grandes latifúndios e provocaria
mudanças nos hábitos dos moradores.
"Durante pouco mais de um século - nos diz Sergio Milliet
em seu Roteiro do Café - o panorama do nosso crescimento e do nosso
progresso se desdobra num cenário de colinas riscadas por cafezais.
Tudo gira em torno do ouro verde, dele tudo emana e a ele se destina;
homens, animais, máquinas. A terra cansada que ele abandona se
despovoa, empobrece, definha; a terra virgem que ele deflora logo se emprenha
de vida ativa, enriquece, progride.
Coberto em grandes extensões pela terra roxa, solo da melhor qualidade
para o cultivo do café, o vale do Tietê favoreceu a ocupação
rápida e intensa em direção ao extremo oeste paulista.
Muitas de suas cidades se desenvolveram a ponto de se tornarem, como foi
o caso de Itu, centros políticos da maior importância, responsáveis,
finalmente, por alguns dos mais importantes movimentos políticos
que levaram à derrocada do Império.
Nas casas de fazenda, nos terreiros, nos engenhos, por toda parte do Tietê
o café deixou suas marcas. Com a crise de 1929, os produtores diretamente
afetados passaram a dedicar-se também a outras atividades agrícolas,
abrindo espaço para culturas novas. Com o tempo, o café
recuperou-se e, se não voltou a comandar com exclusividade a cultura
rural de São Paulo, manteve uma posição privilegiada,
inclusive na bacia do velho rio. |