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              se pode dizer que o vale Tietê tenha uma arquitetura típica, 
              diferente da de outras partes do Estado, mas que muitos de seus 
              edifícios são adaptações que as bandeiras, 
              as monções e os ciclos do açúcar e do 
              café imprimiram na região, além de diversificações 
              que o desenvolvimento econômico excepcional de algumas das 
              cidades fez prevalecer.
 O universo religioso foi responsável por um tipo especial 
              de construção: a das igrejas, freqüentemente 
              o primeiro prédio de qualquer povoado, centro de boa parte 
              da produção artística. Os ituanos, principalmente, 
              primavam pela decoração das suas, e a Igreja de Nossa 
              Senhora da Candelária, construída entre 1771 e 1782, 
              é um exemplo disso.
 
 Entre as construções do ciclo do café destacavam-se 
              as residências senhoriais que, com seus casarões assobradados, 
              mantinham certas feições do equipamento domiciliar 
              tradicional, como as mesas compridas, as marquesas, as cadeiras 
              de balanço e os altos relógios de pêndulo, e 
              assinalavam a posição social de quem as mandava construir; 
              e destacavam-se as sedes das fazendas, que seguiam o modelo sugerido 
              pelas antecessoras do vale do Paraíba, com vários 
              agenciamentos dispostos em torno de um terreiro e as técnicas 
              construtivas tradicionais: a taipa de pilão, a pedra entaipada 
              e o pau-a-pique. Com o tempo, tanto no campo como na cidade, essas 
              casas começaram a incorporar o tijolo e a madeira serrada.
 
 Desde os anos mais remotos, a pequena casa rural, elemento típico 
              da chamada cultura caipira, também se expandiu ao longo de 
              toda a bacia do Tietê. Feita de pau-a-pique, com cobertura 
              de palha ou sapé, ela tinha em geral de dois a três 
              cômodos e, na cozinha, as barricas velhas com mantimentos, 
              um varal com carne de porco no fumeiro e o fogão de barro, 
              do qual só a chapa era comprada. Equipada com esteiras, camas 
              de varas, jiraus, redes de algodão, forquilhas penduradas 
              junto à parede e, às vezes, oratórios sobre 
              mesas toscas, as casas tinham ainda o pilão que servia para 
              descascar arroz, pilar café, preparar paçoca e limpas 
              o milho para a canjica.
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