A
Expedição Geográfica e Geológica
Em
1905, durante 77 dias, um grupo de técnico e cientistas chefiados
pelo engenheiro Jorge Blak Scorrar percorreu um trecho de aproximadamente
370 quilômetros no rio Tietê, entre Barra Jacaré
Grande e a sua foz, no rio Paraná. A expedição
foi promovida pela comissão Geográfica e Geológica
de São Paulo que, desde 1886, vinha fazendo o levantamento
das bacias hidrográfica do estado, realizando as primeiras
estimativas do potencial energético das suas quedas d'água.
Essa expedição de 1905 explorou o Tietê e seus
principais afluentes, e é uma das mais interessante documentação
sobre o rio antes das grandes intervenções que ocorreram
nele.
O relatório publicado contém mapas, fotos, uma descrição
minuciosa da viagem e informações sobre sua flora,
meteorologia, formação geológica, acidentes
geográficos e a forma utilizada para ultrapassá-los.
Contém, ainda, informações sobre as colônias
militares de Itapura e Avanhandava, e sobre a presença de
índios guaranis "mansos" e índios coroados
nas margens, à partir de Avanhandava.
O rio foi dividido pela Comissão em duas sessões em
relação aos seus acidentes: uma da barra do Jacaré
Grande a Avanhandava, e a outra de Avanhandava até o rio
Paraná. A primeira, com 157,5 quilômetros, tinha muitas
cachoeiras e nove corredeiras numa extensão de 9,9 quilômetros;
a segunda, 211 quilômetros, tinha as águas mais calmas,
e seu principal trecho era o Rio Morto, uma extensão de 81
quilômetros, com largura média de 250 metros e profundidade
de 3,30 metros, onde o rio era especialmente calmo.
Pouco depois dessa expedição e dessas descrições,
o velho Tietê viraria uma pagina de sua história, entrando
de vez na era da energia hidrelétrica.
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