Das
Pequenas Usinas às Grandes Barragens
O
enorme crescimento das barragens e usinas hidrelétricas faz com
que seja necessário reajustar permanentemente os padrões
de referência utilizados para classificá-las. O professor
Julia Katinsky, em "Das Pequenas Barragens ás Grandes Usinas",
sugere que dois critérios fundamentais devem ser levados em conta
para isso: um histórico e outro operacional.
A represa Boulder, por exemplo, construída em 1935 nos Estados
Unidos, com 1.100MW de potência instalada, foi saudada na época
como o maior impredimento tecnológico do mundo na área da
construção e da indústria de geração
de energia. No final dos anos 60, ela já não podia competir
com as grandes usinas hidrelétricas soviéticas, com 6.000
e 9.000MW de potência instalada e no, final da década, com
Jupia (1.500MW) e Ilha Solteira (3.000MW). Itaipu, por sua vez, é
doze vezes maior do que a americana.
Uma Observação semelhante pode ser feita para as barragens:
como comprar uma construção do início do século,
com 10 metros de queda livre, com as atuais, como xavantes, no rio Paranapanema
(80 metros) ou Itaupu, no rio Paraná
(91,20 metros). Qualquer classificação deve, portanto, levar
em conta um critério histórico.
De acordo com critério operacional, as usinas hidrelétricas
têm sido classificadas, atualmente, da seguinte forma:
- microusinas-até 1MW, pequenas usinas-de 1MW a 10 MW,
- médias
usinas-de 10MW a 50MW,
- grandes usinas-acima de 50MW.
Já para a classificação das barragens, é preciso
introduzir critérios que também levem em conta as alterações
produzidas por sua instalação. Uma grande barragem, por
exemplo, é aquela que intervém em áreas da regularização
da vazão dos rios, das modificações climáticas
em escala local ou regional, da modificação na flora e na
fauna tanto aquática como ribeirinha, das alterações
sociais provocadas pelo deslocamento da população, do desaparecimento
de instalações e áreas de cultivo.
Uma grande barragem é, portanto, aquela cujos impactos ambientais
são de tal ordem que exigem pesquisa estensas e intervenções
complexas; as pequenas, aquelas cujos impactos ambientais exigem providências
mais simples. Segundo esse critério, as barragens do Tietê,
de Barra Bonita até sua foz, são todas grandes; as demais,
todas pequenas. |