Impactos
Ambientais
A
oferta de energia elétrica cresceu, neste século, de maneira
vertiginosa. Ao lado dos benefícios que trouxe, a construção
das grandes represas também resultou em profundas alterações
no meio ambiente. As do Tietê não escaparam à regra
e, entre os principais impactos ambientais negativos que produziram está
a inundação de varjões e de matas, inclusive de remanescentes
da Mata Atlântica que ainda cobriam área da bacia do rio.
Esse desmatamento foi responsável pelo assoreamento do Tietê,
ou seja, pela deposição em seu leito de matéria mineral,
diminuindo sua calha e resultando nas inundações terríveis
e de alto custo que hoje acontecem.
Atualmente, o Tietê é uma sucessão de reservatórios.
A transformação de suas águas correntes e relativamente
encachoeiradas em águas semi-paradas, que deslizam quase insensivelmente,
alterou profundamente as condições de vida que ofereciam,
inclusive provocando o desaparecimento da flora e da fauna primitivas,
que precisariam ser substituídas ou repostas em decorrência
das condições ambientais modificadas.
A preocupação com esses efeitos e danos ecológicos
vem, na verdade, desde o início da instalação das
primeiras usinas hidrelétricas. Já nos primeiros anos deste
século havia, por exemplo, uma legislação que exigia
a construção de escadas nas barragens, para assegurar a
reprodução dos peixes de piracema-peixes que na época
da desova sobem as águas turbulentas e encachoeiradas dos rios.
Outra medida proposta foi a implantação de estações
de piscicultura nas barragens, para garantir a reprodução
de diferentes espécies de peixes. Foram feitos estudos sobre limnologia,
e desenvolvidas pesquisas sobre a vegetação e os animais
da região. Contudo, mesmo que os primeiros passos tenham sido dados
para aproveitar corretamente as grandes obras, a ocupação
das margens ainda é feita de maneira imprevidente, com o lançamento
de dejetos orgânicos e químicos nas águas, consumindo
o oxigênio nelas dissolvido, aumentando a poluição
e provocando riscos de envenenamento. |