A
Energia Chega ao Tietê
As
primeiras estimativas sobre o potencial energético das quedas d'água
nos rios paulistas começaram a ser feitas ainda no século
passado, principalmente através dos levantamentos realizados pela
Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo.
Até o final do século, porem, ainda era pequeno o potencial
instalado.
Em 1901 esse quadro começou a mudar, com a inauguração,
pela companhia canadense Light and Power, da primeira grande usina hidrelétrica
do estado, a de Santana do Parnaíba, aproveitando a cachoeira do
Tietê que ficava a 33 quilômetros da cidade de São
Paulo. Nessa ocasião, ficaram prontos dois alternadores com 1.000KW
cada, o suficiente para abastecer as linhas de bonde, a iluminação
das ruas e os consumidores paulistanos.
A exploração energética das águas da Serra
do Mar, com sua queda de mais 700 metros compensando o reduzido volume
de água disponível, era outra das possibilidades que se
apresentavam para suprir a cidade de São Paulo de eletricidade.
Seria novamente a Light and Power que iria aproveitar essa idéia,
com seu até hoje controvertido projeto de inversão das águas
do Tietê, através do rio Pinheiros, represando-as na Billings
para posterior aproveitando nas usinas sa Serra do Mar.
Quase como uma predestinação do futuro, começaram
a se suceder os pronunciamentos sobre as grandes e pequenas usinas a serem
construídas no estado. Euclides da Cunha, em À Margem da
História, publicado em 1909, lembrava que "os terrenos compreendidos
entre as duas quedas. Urubupungá, no Paraná, e Itapura,
no Tietê, distantes uma légua, são a base vindoura
do mais importante dos centros industriais da América do Sul".
Sua previsão mostra como vinham repercutindo entre os intelectuais
brasileiros os projetos de exploração hidrelétrica
para todo o estado, com as usinas se instalando e multiplicando, uma a
uma ,o potencial hidrelétrico anterior. |