O presidente da ONG Mãe Natureza, Hélio Palmesan, explica também que as cianobactérias se proliferam vertiginosamente em razão da alta concentração de matéria orgânica no rio. Segundo ele, isso passou a ocorrer depois das primeiras chuvas que atingiram São Paulo no início de 2015, após longo período de estiagem.
“Cerca de 600 toneladas de esgoto são depositadas diariamente no Tietê da Capital. A chuva vem lavando a calha do rio e traz esse material orgânico para outras extensões, como o trecho na nossa região, deixando-o saturado”, disse.
Tratamento
A solução do impasse, na análise do ambientalista, depende de avanço significativo na questão de tratamento de esgoto. “Milhares de residências, em cerca de 70 municípios banhados pelo Tietê, ainda têm a água pluvial ligada à rede de esgoto. Enquanto não tivermos um saneamento total e eficaz, enfrentaremos esse problema outras vezes”, criticou.
Excesso de chuvas, contudo, contribuiria para amenizar a proliferação de algas no rio. “O Tietê vive das grandes enchentes. Precisa ter umas três, quatro por ano para renovar a água de período em período. No ano passado, não tivemos muitas”, observou Palmesan.
A reportagem procurou a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) sobre o acúmulo de algas no trecho do rio entre Pederneiras e Jaú, mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
Poluição e forte odor
Em janeiro do ano passado, a Cetesb revelou ao JC que a poluição acompanhada de forte odor, identificada no final de 2013 no trecho do rio Tietê que corta o município de Boraceia (41 quilômetros de Bauru), foi causada pela decomposição de algas.
Na época, o órgão informou que não havia recebido solicitação da prefeitura da cidade para analisar a água, mas garantiu que iria analisar o caso.
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