Abertura de comportas de hidrelétrica ajuda eliminar aguapés do Rio Tietê

Bom Dia Brasil - Rede Globo - Edição de 13 de Agosto 2015

Enorme tapete verde ainda está retido na barragem. Com a liberação da água, plantas que desceram o rio tomaram conta das margens.

 

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Na terça-feira (11), o Bom Dia Brasil mostrou o tapete verde de aguapés, de plantas, no Rio Tietê, no interior de São Paulo. Sinal de muita poluição. Nesta quarta-feira (12), a hidrelétrica de Barra Bonita abriu as comportas e o problema dos aguapés foi empurrado rio abaixo.

A abertura das comportas ajudou a eliminar parte dos aguapés, plantas aquáticas que se acumularam na parte de cima da usina. Mas é possível ver do alto que um enorme tapete verde ainda está retido na barragem.

Com a liberação da água, as plantas que desceram o rio tomaram conta das margens.
Cena inusitada, em uma das principais cidades turísticas da região.

"Quando eu desci aqui que eu avistei o rio, eu assustei com a quantidade de aguapé que tem, achei estranho, assustador. Nunca vi algo assim, parecido com isso", diz o advogado Marcelo Moreira.

O pescador Walter Lopes conta que nem se arriscou a sair com o barco depois que as comportas foram abertas. Ele diz que tem perigo das plantas aquáticas enroscarem no motor: "Pega na hélice, aí você tem que parar, erguer e tirar e continuar, e continuar com cuidado. É só de dia, porque à noite você não consegue andar aí", explica .

O despejo de esgoto sem tratamento e de fertilizantes no rio favorece a multiplicação dos aguapés. Até desaguar no Rio Paraná, na divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul, o Tietê ainda atravessa várias barragens das hidrelétricas. Por isso, a cena registrada em Barra Bonita, deve se repetir em outros municípios do interior paulista.

Helio Palmesan representa uma ONG de preservação do Tietê. Ele conta que a abertura das comportas favoreceu a navegação no rio. Mas é uma medida paliativa. "Para liberar a navegação e não prejudicar a geração de energia sim, mas nós temos que lembrar que nós temos mais seis barragens abaixo que vão sofrer as mesmas consequências daqui", diz o representante da ONG Mãe Natureza.

 

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